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A volta para casa e a bota perdida

Cheguei em La Paz depois de 14h de viagem, algumas brigas no ônibus e uma parada enorme na fronteira.

Conseguimos comprar a passagem para Santa Cruz por 100 bolivianos pela viação Transcopacabana, a previsão era de 18h de estrada e chegada prevista as 08:00 da manhã no dia seguinte.... Só a previsão.

Na madrugada do dia 16/09, paramos na estrada, estávamos a 1h de Cochabamba, um baita trânsito e minha preocupação era conseguir chegar em Santa Cruz a tempo de pegar o ônibus para Corumbá. Se perdesse, iria depender de hotel (um dinheiro que não dispunha) e perderia meu voo para São Paulo.

Varamos a madrugada e a manhã toda na estrada e aquela sensação de não saber o que estava acontecendo, alguns diziam que a estrada estava fechada e seria liberada depois do 12:00, o porque fomos descobrir quando o ônibus começou a andar.

Por conta da chuva do dia anterior, ocorreu um deslizamento, interditando boa parte da estrada de La Paz até Cochabamba. Chegamos em Santa Cruz quase 00:00, com a rodoviária fechada e eu em desepero interno tentando manter a calma pelas meninas que estavam comigo mas, quase pedindo carona para o primeiro que aparecesse na rua....rsrsrs....precisava chegar em Corumbá de qualquer forma.

Acredito que quando mais precisamos o universo conspira para que tudo dê certo, mesmo que naquele momento de desespero só vejamos as coisas erradas. Mas, no final, são essas estórias que dão boas risadas...rsrs

Pegamos as mochilas, as meninas estavam querendo procurar um hotel e eu estava quase indo para a rua pedir carona. Um senhor deve ter visto o desespero estampado no nosso rosto e nos abordou dizendo que tinha um ônibus que estava saindo naquele momento para Corumbá (um ônibus clandestino). Olhei para as meninas e disse: Vou nessa ...de ônibus, carona ou cavalo, só sei que vou para Corumbá...rsrsrs.

Compramos a passagem por 120 bolivianos, encontramos uma família de brasileiros no ônibus, estavam saindo de Santa Cruz e indo morar agora em São Paulo, se tinha brasileiro no caminho fiquei mais tranquila no trajeto, já estava me sentindo em casa. :)

Chegamos na fronteira com o Brasil pela manhã.

Fomos de táxi até a rodoviária de Corumbá, comprei a passagem para saída a noite por R$ 109,00, as meninas preferiram ficar por Corumbá e foram atrás de um hotel. Aqui nos despedimos, cada uma seguiu seu caminho, até em casa eu estaria sozinha e não via a hora de chegar.

Um calor danado, pernas e pés inchados, tive que tirar a bota depois do banho na rodoviária e seguir de chinelo o restante da viagem.

Me falaram tanta coisa quando decidi fazer o mochilão, que deveria me preocupar, que para onde eu ia era perigoso, etc, etc... E quando cheguei ao Brasil, justo no Brasil, sou furtada.

Ok, descuido o meu, ao chegar no aeroporto de Campo Grande, esqueço a bota de trilha, comprada com tanto suor, dentro do ônibus, volto para buscá-la, porém, quem encontrou guardou a mesma e nem pensou em devolver.

Ficou a lembrança dos lugares que ela pisou, das trilhas que fez e aventuras que viveu... Hoje serve como lembrete mas, naquele momento fiquei muito P$#@...kkkkkkk

Cheguei em São Paulo no começo da tarde cansada mas, com gostinho de quero mais.

Minha primeira viagem internacional e que fiz com a cara e a coragem, com pouco dinheiro e muita vontade.

Teve contratempos pelo caminho? Sim. Mas, as estórias, momentos e lembranças superam tudo....

Dizem que só damos valor as coisas, quando perdemos ou quando passamos um determinado tempo fora :P ... Percebi isso e senti na pele.

Que venham novos desafios.

E quem não tem coragem arruma desculpa.

Estrada de La Paz a caminho de Santa Cruz

A esquerda, uma fila interminável. A direita, uma ribanceira de dar medo rsrsrs

Perdeu alguma coisa até aqui? ... :D Segue os links dos outros posts realacionados:

> Dicas: Se você ficar parado na estrada como eu :D , leve álcool em gel, lenço umedecido e água reserva. Os banheiros na estrada são um pouco suspeitos...rsrsrs

> Gastos: Aproximadamente R$ 220,00, incluindo os gastos de transporte até São Paulo, alimentação da estrada e táxi da fronteira até Corumbá.

Foto: Arquivo pessoal


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